De Trás-os-Mostes ao Caeté
Lá vem a *Clarineta pelo rio a navegar
Trazendo um povo distante das terras do além mar.
A pérola repousa altaneira
Ao lado de lindas palmeiras
Debruçada na beira do meu Caeté rio mar.
Meu santo escuta o seu grito,
lá vem Benedito lhe abençoar.
Chegaste num dia de festa
De São Benedito, do teu povo irmão.
Escuta o som da *Rabeca,
Dos fogos de vista e do meu *Retumbão.
Verá a maruja dançando,
O homem cavalhando no seu alazão.
Verá o povo contrito pelas ruas caminhando,
Acompanhando o Santo em procissão.
Seu canto ecoa pelas ruas,
As trilhas da fé desta bela cidade.
Seu sangue é azul, é vermelho,
Como disse *Jorge: É Bragantinidade!
Sinta o Calor deste povo
Que lhe abraça e recebe
Com muita emoção,
Sinta o cheiro desta terra,
Que povoa minha mente de doces lembranças.
Meu espaço, meu reduto, meu mundo,
Minha querida Bragança!
Meus queridos irmãos!
SEJAM BEM VINDOS!
José Leôncio Siqueira
Clarineta: barca da peça Marujada.
Rabeca: Instrumento musical com características semelhantes ao
Violino.
Retumbão: Principal rítmo musical da Marujada
Jorge: Jorge Ramos, poeta e escritor bragantino, criador do termo “Bragantinidade”.
No periodo de 23 à 27 de Dezembro de 2008, uma comissão de Bragança de Portugal, esteve em visita oficial ao município de Bragança do Pará, iniciando um intercâmbio internacional entre os Governos municipais das cidades co-irmãs. Na oportunidade a obra Trilho: O Caminho dos Sonhos (Memorial da Estrada de Ferro de Bragança), foi entregue em cerimônia especial realizada no SENAI da cidade de Bragança, como refêrencia histórica do município.
Ocassião em que o autor declamou a poesia de boas vindas: De Trás-os-Montes ao Caeté, entregue em forma de pergaminho à comissão portuguesa.